PULP: Quando a Poesia Encontra o Povo (e um Mal-Entendido Encontra Meu Inbox)
Como eu poderia imaginar que uma sigla – PULP (Poesia Ultra Popular) – iria render tantas mensagens? A história é curiosa e, confesso, um tanto cômica em retrospecto.
Lá estava eu, mergulhado no meu mundo, fones de ouvido tampando o ruído externo, quando… ping! ping! ping! Meu celular começou a explodir. Era uma talentosa poetisa, e não estava nada feliz comigo. O motivo? Eu havia ousado denominar seu trabalho como PULP.
A acusação: eu teria rotulado a obra dela com um termo pejorativo, redutivo e diminutivo. Algo como "meme" ou "poesia de segunda categoria". Minha culpa? Nem tanto.
A verdade é que eu havia enviado para ela, com genuíno entusiasmo, todo o material. Um artigo detalhado com um manifesto, uma definição clara, um mapa de ideias, um fluxograma e até uns áudios explicativos tentando conectar os pontos. O pacote completo, na intenção de iniciar um diálogo.
O que aconteceu? Ela (e eu digo isso sem julgamento, pois todos temos pressa) não leu absolutamente nada. Baseou-se precipitadamente em um conceito pré-definido que ela mesma tinha sobre a palavra "PULP" ou "meme" e partiu para o ataque, acreditando – e acho que ainda acredita – que meu intento era diminuir seu trabalho.
Eis o mal-entendido que movimentou os algoritmos dos mensageiros instantâneos.
A Lição de Moral que Saiu Pela Culatra
A situação escalou rapidamente. Na ânsia de me "dar uma lição de moral" e invalidar o conceito, ela compartilhou meus áudios explicativos com dois ou três experts em poesia, esperando, imagino, um coro de apoio e risos de escárnio à minha custa.
O resultado? Não saiu exatamente como planejado. Pelo que me foi dito posteriormente, esses mestres não apenas não caçoaram de mim, como acabaram por caçoar dela. O motivo foi revelador: em sua defesa fervorosa, ela demonstrou não entender muito bem a clássica e fundamental diferença entre poema (o objeto, o texto) e poesia (a essência, a experiência estética), que era justamente um dos pontos que o manifesto PULP buscava expandir e discutir no contexto moderno.
A tentativa de me "cancelar" acabou virando uma aula pública não intencional sobre a necessidade de se discutir exatamente o que eu estava propondo.
Mas então, o que é PULP afinal?
Longe de ser redutiva, a ideia por trás da Poesia Ultra Popular é celebrar a potência da palavra que se espalha, que é compartilhada, que ressoa no coração das massas. É a poesia que não fica confinada em livros poeirentos, mas que vive nos feeds, nos stories, nos prints, nas vozes que repetem um verso que simplesmente pegou.
É sobre a democratização do sentimento através da palavra. É sobre como um texto pode, em segundos, traduzir o que milhares de pessoas estão sentindo. É poderosa, é relevante e é, acima de tudo, genuína.
Este episódio, no fim das contas, é a prova viva da tese: a reação visceral, instantânea e baseada na cultura do compartilhamento (ou do não-ler-todo-o-contexto) é, ironicamente, a essência do mundo PULP em ação. E mais: mostra que até os debates mais acalorados sobre poesia podem nascer de um equívoco e revelar a necessidade de repensarmos nossos conceitos.
Fica o convite: antes de tirar conclusões, vamos ler o manifesto? O debate é bem-vindo, mas que seja um debate com base nas ideias, e não em preconceitos sobre terminologias.
E você, já conhecia a PULP? O que acha dessa força poética que domina nossos aplicativos e conversas?
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